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Conselhos de uma Tola

Os devaneios, sonhos, rotinas e alucinações de uma mulher comum que de comum não tem nada. Não será esta a melhor descrição para qualquer mulher... mas que sei eu... sou só uma tola...

Conselhos de uma Tola

Os devaneios, sonhos, rotinas e alucinações de uma mulher comum que de comum não tem nada. Não será esta a melhor descrição para qualquer mulher... mas que sei eu... sou só uma tola...

30.09.13

Caí novamente...

Há dias assim, dias em que todos os nossos sonhos e ambições caem por terra, em que nos perguntamos “porque é que isto aconteceu a mim?”. Dias em que temos vontade de desistir e “atirar a toalha”. Dias em que nos perguntamos onde é que está a justiça do mundo? Onde é que foram as nossas ambições?

Tentamos fazer a coisa certa, manter os nossos valores, não magoar ninguém. Tentamos não prejudicar os outros, criamos teias de mentirinhas piedosas, ligações que não queríamos, envolvemo-nos em situações que não são as ideais e com pessoas que nos causam desconforto. Lutamos, respiramos, acordamos dia após dia, acordamos para viver mais uma manhã, mais uma rotina, mais uma batalha e depressa nos apercebemos que não estamos a viver… estamos simplesmente a sobreviver.

E de novo nos encontramos naquele poço sem fundo em juramos que nunca mais voltávamos a cair, mais uma vez a estrada parece não ter saída e o caminho para trás desmoronou. O destino foi-nos levado e os alicerces da vida arruinados, tudo parece em vão e nada faz sentido. E então… que fazemos então? Onde é a saída deste labirinto? Onde é o ponto de partida para começar de novo? Como podemos renascer das cinzas e voltar a viver? Como podemos encontrar a resposta às tantas perguntas que rodopiam dentro de nós?

Pensamos... qual é a minha importância afinal? Qual é a minha missão? Para que é que aqui estou? E no dia seguinte acordamos mais uma vez para a luz da manhã, acordamos mais um dia, sobrevivemos mais um dia e a pouco e pouco a respiração ofegante vai acalmando, a saída do poço não parece tão longínqua, o caminho é mais claro e o destino mais certo… e um dia nada extraodinário, um dia vulgar, comum e rotineiro, acordamos e apercebemo-nos que não estamos mais a sobreviver, mas sim que voltamos a viver. E então juramos a nós mesmos que nunca mais voltaremos a cair naquele buraco negro… pelo menos até à próxima… até cairmos novamente.

24.09.13

Spas, gente sem dentes e jogos do Arouca...

Este fim de semana fui para um Hotel Spa em Mondim de Basto. Eu e o P. precisávamos de um momento de total descontração e descanso visto que este ano não tivemos férias e a pressão do dia-a-dia de trabalho intenso estava a ter as suas repercussões nas nossas personalidades cada vez mais irascíveis.

As instalações… excelentes, a paisagem… idílica, a comida… saborosa, as massagens… do outro mundo, as pessoas no hotel… hummm… barulhentas. Em particular, devo dizer, que uma família (grande) que lá se encontrava incomodou muita gente (para dizer o mínimo). Eram crianças a brincar e a berrar na área de relaxamento, o grupo inteiro enfiado (ou antes “encatrafiado”) no jacuzzi, gritos e gargalhadas na piscina de jactos e tudo isto numa área onde letreiros recomendavam o silêncio e o respeito pelo relaxamento alheio. Quando tentei executar o meu “evil eye” para o grupo em questão, a fim de transmitir telepaticamente o meu desagrado, fui brindada com um sorriso rasgado e desdentado perante o qual.. enfim, fiquei sem argumentos.

Por fim, muito mais relaxada graças a uma massagem executada por um anjo (não era, mas pareceu-me), de banhinho de imersão tomado, descontraída e satisfeita depois de um bom jantar acompanhado de um vinho maravilhoso, decidimos tomar um digestivo no bar perto da piscina exterior quando fui brindada com mais gritos e histeria. Histeria esta que, na minha cabeça, se assemelhou a um apocalipse. Qual não é o meu espanto quando me apercebo que toda aquela gritaria se devia a um jogo do Arouca. Ora esta apoteose futebolística foi levada a cabo, mais uma vez, pelo grupo a que eu mázinha (ou fartinha) apelidei de “Flinstones”…. Resignei-me, desisti e pensei na velha máxima “se não podes vencê-los, junta-te a eles”, não me restando mais do que sucumbir, deixar-me levar pelo momento e torcer por essa grande equipa que é o Arouca.

Meus caros, conselho de uma tola… não torçam pelo Arouca… eles perdem.

20.09.13

Saudade...

Este sentimento que oprime o coração, nos faz sentir sozinhos numa sala cheia, nos faz sentir abandonados com companhia e ter um sono irrequieto, este sentimento que escurece os dias, embrutece a alma, desespera o ser e torna a essência insípida.

Saudade, este sentimento tão nosso, tão Português, este nosso fado, destino a que não conseguimos escapar. Partem os que amamos porque a vida é dura, porque o nosso país obriga, não lhes garantem uma vida estável, não os deixam sonhar. Mas partem com a frescura dos rios no rosto, com o cheiro a mar nas narinas, com a sardinha assada no paladar, o sal das lágrimas no olhar, o calor do nosso sol na pele, partem sim, mas com Portugal no coração. Um coração pesado, cheio desta saudade, com a coragem dos audazes e uma mala cheia de sonhos.

E a distância parece tão grande e a ausência custa tanto e a vida torna-se tão mais difícil. Mesmo nos dias bons, mesmo nos momentos felizes há algo que carece, há algo que esmorece, um vazio que não cessa, um “fogo que arde sem se ver”, um amor que não passa, uma falta que aperta… porque afinal, falta o nosso Portugal.

 

19.09.13

Se eu fosse...

Vi isto e lembrei-me de uma brincadeira que fazíamos em miúdos e repeti... é incrível como as respostas mudam ao longo dos anos :) Deixo aqui o desafio a todos os que me visitarem de fazerem também esta brincadeira :)

 

Se eu fosse um mês seria: Novembro
Se eu fosse um dia da semana seria: sexta-feira
Se eu fosse uma hora do dia seria: 09h00
Se eu fosse um planeta ou astro seria: Vénus
Se eu fosse uma direcção seria: o Norte
Se eu fosse um móvel seria: uma cadeira de baloiço
Se eu fosse um líquido seria: vinho tinto
Se eu fosse um pecado seria: a vaidade
Se eu fosse uma pedra seria: uma opala
Se eu fosse uma árvore seria: um plátano
Se eu fosse uma fruta seria: uma maçã
Se eu fosse uma flor seria: um jasmim
Se eu fosse um clima seria: mediterrânico
Se eu fosse um instrumento seria: um violino
Se eu fosse um elemento seria: a água
Se eu fosse uma cor seria: o branco
Se eu fosse um animal seria: um cavalo
Se eu fosse um som seria: água a correr
Se eu fosse uma música seria: Both sides – Joni Mitchell
Se eu fosse um estilo musical seria: Jazz
Se eu fosse um sentimento seria: empatia
Se eu fosse um livro seria:Vai onde te leva o coração–Susanna Tamaro
Se eu fosse uma comida seria: Magret de pato
Se eu fosse um lugar seria: uma floresta
Se eu fosse um gosto seria: agridoce
Se eu fosse um cheiro seria: jasmim
Se eu fosse uma palavra seria: resiliência
Se eu fosse um verbo seria: escrever
Se eu fosse um objecto seria: um diário
Se eu fosse uma parte do corpo seria: os ombros
Se eu fosse uma expressão facial seria: um meio sorriso
Se eu fosse um de desenho animado seria: A Bela e o Monstro
Se eu fosse um filme seria: O nosso amor de ontem
Se eu fosse uma forma seria: um hexágono
Se eu fosse um número seria: o 13
Se eu fosse uma estação seria: o Outono

Se eu fosse uma frase seria: “Nunca é tarde demais para ser o que você poderia ter sido” (George Eliot)

19.09.13

O mundo onírico...

Olho o mar e imagino cavalos de espuma a cavalgar as ondas, os raios de sol são lanças de luz, o vento o poder das armas, cada grão de areia um soldado, cada rochedo um forte e o horizonte a vitória. Este é o meu exército, esta é a única guerra que consigo conceber.

O mal não pode vencer, a escuridão não pode imperar, fecho os olhos e sinto a luz dentro de mim fluir, iluminar os que sofrem, os fracos e oprimidos. Agarro-me ao peito forte da minha dúvida e suspiro… suspiro porque a minha luz não chega. A luz não chega para limpar todo o sofrimento que existe no mundo, para dar esperança a quem a perdeu, para secar as lágrimas dos que choram.

Mas nos meus sonhos eu corro com os cavalos das ondas, lanço lanças de luz e disparo ventos, batalho com os meus grãos de areia e afasto, escorraço os monstros deste mundo para a linha do horizonte, para o esquecimento, para a não existência…

Esta é única guerra que consigo conceber…

19.09.13

A indiferença...

Meus amigos há uma coisa que me chateia e irrita profundamente, faz ferver em mim os mais diversos demónios e revolta-me as vísceras. Detesto, não suporto, abomino a indiferença... indiferença em geral, mas particularmente indiferença perante a miséria dos outros, dos mais  desfavorecidos, dos pobres, indigentes, o que lhes quiserem chamar. Não suporto o ar de superioridade com que as pessoas olham aqueles que possuem um aspecto menos cuidado, andam a pedir ou encontram-se descalços e rotos.

 

Não estou com isto a dizer que devemos dar esmola a todos, porque a menos que sejamos milionários não podemos, mas não se esqueçam que apesar de tudo têm um ser humano na vossa frente. Pedir não é roubar e se alguns deles não merecem mesmo o nosso respeito porque são maus, violentos, ladrões, etc, outros são pessoas cuja vida lhes foi madrasta, que se perderam algures no seu caminho ou que não tiveram juízo e cuja existência precária é castigo suficiente.

 

Quem sou eu para julgar o próximo, eu que também tenho defeitos, vícios e momentos de fraqueza... é certo que não me meto na droga, é certo que trabalho para ter o que tenho e é certo que ando bem vestida e tomo banho. Mas isto não me torna superior ao homem que vive debaixo da ponte ou à velhinha que se vê obrigada a pedir porque a reforma não chega. Se temos mais possibilidades, se somos mais afortunados, se a vida foi mais branda connosco ou não nos perdemos no nosso destino, devemos ajudar os outros e aí sim, podemos considerar-nos superiores ao comum mortal que mais não faz do que viver a sua vida voltado para o seu próprio umbigo, alheio até por vezes ao que se passa na porta ao lado da sua...Quando eu digo ajudar, digo dar o nosso pão a algum pobre, dar a roupa velha a quem precisa, contribuir em campanhas de ofertas e solidariedade ou, quanto mais não seja, se não tiver nada para dar, dê um olhar meigo, de compreensão e respeito, porque isso é de borla e não custa nada.

 

Os voluntários, os assistentes, os missionários... essas sim são pessoas superiores, que ajudam o próximo, por vezes com sacrifício próprio, essas sim são pessoas que eu admiro, essas sim são pessoas que se podem orgulhar de serem pessoas... não pessoas isoladas, mas pessoas que vivem em comunidade

 

Por isso meus amigos, conselho de uma tola… abram os olhos e vejam o mundo à vossa volta e verão que, se calhar, os vossos problemas não são assim tão grandes e há tanta gente a precisar de ajuda.

18.09.13

A mentira...

Todos mentimos. Todos, sem excepção, já mentimos alguma vez na vida. Consigo aceitar as mentiras piedosas, aquelas mentirinhas brancas para não magoar os sentimentos do próximo desnecessariamente. Não sou hipócrita ao ponto de dizer que não aceito a mentira ponto final. Sim, aceito. Aceito quando é uma mentira sem consequências, quando é para poupar alguém, quando é sem maldade.

Todavia, a mentira é algo que cresce e se expande qual organismo vivo na nossa sociedade, é um bicho terrível e desgraçado que destrói vidas e arrasa pessoas. É uma arma de destruição em massa que arrasta consigo pessoas inocentes que são vítimas desta deturpação voluntária da realidade. Este tipo de mentiras não aceito, com este tipo de mentira concebida para prejudicar alguém e cumprir um qualquer objectivo tacanho e mesquinho não posso compactuar e tolerar. Infelizmente, estas Mentiras com “M” grande são comuns e até banais, vistas até, por muitos, como aceitável para subir na carreira, conseguir a pessoa que se gosta, obter lucro, alcançar a fama, etc, etc.

Pessoas consideradas idóneas, pessoas que deviam ser exemplos e pilares da nossa sociedade, figuras públicas, pessoas com posições de força e poder mentem compulsivamente e “por dá cá aquela palha”, mentem sem olhar às consequências dos seus actos. Enganam os outros com uma mestria e descontração que fariam um burlão “profissional” corar. Pior do que isso, é que mentem, não para ajudar as pessoas, não por uma boa causa ou motivo, mas sim para obter um qualquer lucro, para saírem impunes ou pelo mero prazer de prejudicar alguém que não gostam (qual inquisição dos tempos modernos).

Se eu pudesse falar com essas pessoas dizia-lhes… isto é tudo muito lindo meus senhores, mas a mentira tem perna curta e realmente “borrais” a cara por tão pouco ou nada. Boa sorte para manterem essa máscara de mentiras a vida toda.

Conselho de uma tola… desmascarem os mentirosos se puderem, se não puderem aguardem pela queda deles, porque “quem ri por último ri melhor”.

17.09.13

Os chiques...

Sempre achei muita piada a pessoas “chiques”, que andam vestidas com os últimos modelitos das grifes, os cabelitos arranjados, a pose muito altiva de quem se considera superior e toda a panóplia de comportamentos e apetrechos que constituem uma pessoa “chique”. O que não tem muita piada, são certas e determinadas atitudes que estas pessoas têm… já assisti, em primeira mão, a pessoas ditas “chiques” que não se arrumam para deixar passar uma pessoa idosa com dificuldades, que não cedem o lugar a idosos ou grávidas, que não agradecem quando alguém lhes faz um favor ou presta um serviço, não pedem com licença para passar ou tratam com desdém, antipatia e/ou desprezo quem não é da sua “espécie”.

Ora, sempre me esforcei para ser uma senhora, para ser educada e afável com as pessoas e sempre admirei as pessoas que fazem o mesmo e tratam com respeito o próximo. Só não consigo compreender uma sociedade que considera que “chique” é tratar o próximo com desconsideração ou desafectação. Eu devo ser, de facto, limitada ou de outra época, apesar de ser ainda nova, porque eu ainda sou daquelas pessoas que acredita em palavras tais como: bom dia, por favor, obrigada, de nada e com licença… Bem, sou doida de todo porque, pelos vistos, isso está fora de moda e não consta no manual da “chiquesa”.

Ainda assim, vou continuar a ser como sou, vou continuar a ser educada e afável com as pessoas que o forem para comigo e a ceder o lugar à “tia Micas”, ao "tio Manel" e/ou à senhora com uma criança na barriga ou no colo, porque afinal sou tola, porque sou uma senhora e porque não faço tensões de ser “chique”.

Meus caros, aqui vai mais um conselho de uma tola… se querem ser “chiques”, sejam educados e simpáticos e aí sim… passam a ser “chiques a valer”.

16.09.13

A luz da manhã...

Amanhece, mais um dia começa, mais um dia te espera, mais um mundo de possibilidades se apresenta, a esperança renova, a vida recomeça e nessa luz da manhã que te banha sente o calor do sol correr nas veias, sente a brisa da manhã lavar-te o rosto e secar as lágrimas que o teu peito embarga. Levanta o rosto, sente a luz da manhã iluminar a escuridão dos teus pensamentos, desentorpece os músculos e tenta alcançar as nuvens com a ponta dos dedos, corre, salta, canta, vive… Vive porque afinal acordaste mais um dia, acordaste mais um dia para a luz da manhã…

16.09.13

O cansaço da guerreira...

És uma lutadora, não desistes, há em ti algo intrínseco que te impele e move. Há na tua fragilidade uma força subestimada, esquecida e desprezada. Há no teu olhar uma chama que vejo extinguir, na tua alma um fogo que sinto amortecer, em ti uma força que cansa e desaparece.

És apelidada de fraca, criticada como instável, vista como inerte e declarada insatisfeita… pedem-te que mudes, instigam-te a ser diferente, mas dependem da tua forma de ser, apoiam-se em ti e, confortavelmente, aguardam que faças o mesmo de sempre, que sejas tu, que estejas lá, que sejas firme… aquela que todos criticam, mas que nunca falha e a vida assim é tão mais fácil.

Descansa guerreira, desiste, pensa em ti, vive… para ti. Chega, pousa a espada, larga o escudo, tira a máscara, abraça a vida e sorri. Não tens que ser perfeita, não tens que lutar sempre, não tens que ser sempre… guerreira.

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