Todos diferentes, todos iguais...
O ser humano é capaz de coisas espectaculares, fantásticas mesmo. Somos um “bicho” extraordinário e, no entanto, no que toca ao básico, somos por vezes do mais inepto que existe.
Somos egoístas por natureza e temos uma dificuldade tremenda em nos colocarmos na posição do próximo. Mesmo grandes cientistas e pensadores, considerados génios do nosso e do outro tempo, baixam uns trinta pontos no seu QI quando a tarefa é tão simples como perspectivar o ponto de vista do próximo.
Será uma tarefa tão extraordinariamente difícil esta de tentar compreender que não somos todos iguais? Que temos percursos de vida diferentes e modos de pensar e agir diferentes?
Se a nossa personalidade se deve à junção da genética com a soma das experiências de vida, não será lógico e racional pensar que temos obrigatoriamente que ser todos diferentes? Porque, ainda que a semelhança genética seja possível (no caso dos gémeos por exemplo), as experiências de vida serão diferentes e a percepção dessa mesma experiência pode também ela ser diferente.
Ouvimos amiúde que a riqueza do ser humano se encontra na diversidade e na diferença, estas são até apoteoticamente defendidas e preservadas, mas na realidade quem não se coaduna com os nossos padrões sociais e ideias pré-concebidas é desprezado ou até, em casos extremos, escorraçado.
Claro que para tudo há limites e não estou aqui a defender a liberdade total e desregrada, porque há um limite legal e de bom senso que há que manter. A liberdade de um Homem acaba quando interfere com a liberdade do próximo e a verdadeira democracia é o respeito total por todos os seres humanos, mas ser diferente não é estar errado, não temos todos que concordar uns com os outros, temos sim que nos respeitar, respeitar diferentes opiniões, diferentes modos de pensar e diferentes modos de viver.
Em vez de se preocuparem tanto em criticar e tentar mudar a essência dos outros só porque não concordam ou não são iguais, olhem para dentro, porque todos temos “telhados de vidro”. Procurem em vós os defeitos e virtudes, analisem o vosso “eu” e talvez cheguem à conclusão que se calhar a vossa forma de viver não é a mais correcta, é, simplesmente, UMA forma.
Por isso, aqui vai mais um conselho de uma tola… se querem mudar alguma coisa comecem por vós, deixem os outros em paz que ninguém tem que vos aturar.