Mapa do destino...
Sinto a energia a deixar o meu corpo devagarinho, como uma morte lenta e inexorável. Perdi a vitalidade e alegria de outrora, não sou mais a jovem cheia de sonhos e ambições que ainda ontem era.
A vida atingiu-me com a sua pungente realidade, o tempo tornou-se senhor e soberano, os planos e expectativas escapam-me por entre os dedos como as areias austeras do tempo.
Ouço o ritmo incessante dos ponteiros do relógio… são sentenças saídas de bocas de juízes. Tento libertar-me da letargia paralisante em que me encontro, procuro na escuridão a saída para a luz. Quero parar o tic tac inclemente do tempo, quero que o mundo cesse e veja a minha dor, perceba o meu sofrimento e me envolva no manto quente e confortável do esquecimento.
Nos mapas do destino não encontro o caminho certo, não vejo os portos de abrigo, estou só e órfã ao sabor do abandono e da intempérie. Vejo os sinais, sinto as mudanças, a mão guiadora dos anjos, mas continuo sem saber que estrada seguir, que objetivo é o meu…