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Conselhos de uma Tola

Os devaneios, sonhos, rotinas e alucinações de uma mulher comum que de comum não tem nada. Não será esta a melhor descrição para qualquer mulher... mas que sei eu... sou só uma tola...

Conselhos de uma Tola

Os devaneios, sonhos, rotinas e alucinações de uma mulher comum que de comum não tem nada. Não será esta a melhor descrição para qualquer mulher... mas que sei eu... sou só uma tola...

30.01.17

As marcas dos sonhos...

Hoje sentada sozinha no metro perguntava-me se as pessoas conseguiam sentir o meu desespero? Claramente não. A mim parecia-me tão palpável que fiquei surpreendida que as pessoas à minha volta continuassem perdidas nos seus pensamentos, alheias à minha escuridão.

Já por diversas vezes dei comigo neste buraco escuro em que me encontro. Sempre consegui trepar até sair dele, nem que fosse a rastejar. Desta vez não será exceção, mas não vai ser fácil. Este… bem, este é bem fundo e frio.

Ponho mais um tronco na lareira, na tentativa de aquecer estes meus ossos cansados. Os ossos deste corpo que dói por todo, por dentro, por fora, desde a alma até à pele.

Todavia, continuo a acreditar em arco-íris, fadas e promessas de um amanhã melhor, porque sou humana e como humana que sou tenho esperança. Não temos todos?

Ouço a chuva lá fora e enquanto aqueço os ossos à lareira deixo escorrer os meus sonhos como as gotas na janela. Um por um, qual gotas de chuva deixam um trilho na janela da minha alma. Desisti da maioria deles, mas deixam a sua marca, uma linha clara, quase invisível aos olhos, mas ainda assim uma marca.

Quantas linhas nos compõem? Quantos sonhos perdemos na vida? Quantas gotas desaparecem no parapeito da nossa janela?

Ao som ritmado da chuva deixo-me adormecer, a doce inconsciência que alivia o meu cérebro gasto… voltam as gotas, vão-se as linhas, vão-se as marcas…

13.01.17

Mapa do destino...

Sinto a energia a deixar o meu corpo devagarinho, como uma morte lenta e inexorável. Perdi a vitalidade e alegria de outrora, não sou mais a jovem cheia de sonhos e ambições que ainda ontem era.

A vida atingiu-me com a sua pungente realidade, o tempo tornou-se senhor e soberano, os planos e expectativas escapam-me por entre os dedos como as areias austeras do tempo.

Ouço o ritmo incessante dos ponteiros do relógio… são sentenças saídas de bocas de juízes. Tento libertar-me da letargia paralisante em que me encontro, procuro na escuridão a saída para a luz. Quero parar o tic tac inclemente do tempo, quero que o mundo cesse e veja a minha dor, perceba o meu sofrimento e me envolva no manto quente e confortável do esquecimento.

Nos mapas do destino não encontro o caminho certo, não vejo os portos de abrigo, estou só e órfã ao sabor do abandono e da intempérie. Vejo os sinais, sinto as mudanças, a mão guiadora dos anjos, mas continuo sem saber que estrada seguir, que objetivo é o meu…