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Conselhos de uma Tola

Os devaneios, sonhos, rotinas e alucinações de uma mulher comum que de comum não tem nada. Não será esta a melhor descrição para qualquer mulher... mas que sei eu... sou só uma tola...

Conselhos de uma Tola

Os devaneios, sonhos, rotinas e alucinações de uma mulher comum que de comum não tem nada. Não será esta a melhor descrição para qualquer mulher... mas que sei eu... sou só uma tola...

26.10.20

Por gestos, palavras e ações...

Por vezes, pequenos gestos, palavras e ações influenciam-nos tremendamente, podem causar em nós uma impressão tamanha que alteramos comportamentos ou até a nós mesmos irremediável e definitivamente.

Nunca sabemos como tocamos a vida das pessoas, que batalhas elas estão a enfrentar e que parte podemos estar a jogar ou papel representar na vida de alguém. Coisas insignificantes, pequenas e, aparentemente, inócuas podem ter um peso muito maior do que pensamos. Viver a vida e o dia-a-dia sob a ilusão de que ninguém nos afeta e não afetamos ninguém é inconsciente ou, no mínimo, ingénuo. Não somos responsáveis pela felicidade dos outros, mas temos por obrigação respeitar todos e devemos tentar sempre ser gentis.

Afinal de contas, o Homem opta por viver em sociedade... ou optava. Cada vez vivemos mais voltados para dentro, centrados em nós mesmos e, socialmente, substituímos as relações interpessoais por uma realidade filtrada nas redes sociais. E, se presentemente este distanciamento é necessário, alturas houve em que era uma opção. Voluntariamente optamos por uma “vida filtrada”, momentos selecionados que queremos publicitar... perdão, publicar. E estas séries de momentos escolhidos a dedo passam a ser a nossa representação pública, a nossa presença na sociedade.

Ainda assim, mesmo com todos os filtros, edições e ajustes com que construímos as nossas pequenas utopias públicas, nada substitui a beleza de uma boa conversa, uma refeição saboreada com companhia ou gargalhadas partilhadas. Precisamos sentir, cheirar, tocar e saborear como seres sensoriais que somos. Um beijo, um carinho, um abraço ou, até mesmo, um sorriso ou palavra amiga podem fazer a diferença.

Há pessoas que surgem no nosso “caminho” no momento certo, aquele telefonema que chega na hora exata, o estranho que nos mostra bondade num momento de aflição ou aquela amiga que nos dá aquele abraço e um ombro pronto para chorarmos. Coisas tão simples como estarmos a ter um dia mau e alguém “sentir” isso, uma piada quando estávamos tristes ou um sorriso aberto e um elogio num dia difícil. Pequenos gestos, pequenas palavras e ações que podem fazer um mundo de diferença. Sejamos gentis, bondosos e responsáveis... afinal, nunca sabemos como podemos tocar a vida de alguém.

19.10.20

Perder Humanidade...

Sou daquelas pobres almas que acreditava que a situação do coronavírus iria modificar profundamente o Homem e que a Humanidade se tornaria melhor. Não me considero propriamente uma optimista, mas quero sempre acreditar que a bondade humana prevalece. Julguei que perante um mal comum as pessoas se uniriam, esqueceriam as suas diferenças e lutaríamos todos contra este amigo invisível. O ser humano se tornaria mais consciente, tolerante e aprenderia a apreciar as relações interpessoais acima de tudo, se mais nada, pela dificuldade de as manter com esta distância imposta, mas necessária. Se vejo isto acontecer em alguns casos, porque vejo, é num número muito mais reduzido do que gostaria.

Esqueci-me que a Humanidade tem muitos outros inimigos invisíveis que se aliaram à Covid 19 e que juntos possuem uma força bélica poderosa. A ignorância, o medo irracional, o desrespeito e a desinformação associaram-se criando uma frente unida difícil de adentrar.

Quando postos frente a frente com a adversidade, os homens optaram por se atirarem ao pescoço uns dos outros, num derramamento de sangue que o vírus não provoca... facto este que não diminui em nada a eficácia mortal do mesmo. Lutam uns contra os outros, mais preocupados em fazer valer o seu ponto de vista do que em resolver ou minimizar a situação. Perdem tempo com desrespeito mútuo ao invés de ajudarem o próximo, acometidos de uma verdade que só para eles faz sentido. Todos, sem excepção portadores da bandeira da salvação que para os peritos é ainda desconhecida, mas que eles já tão bem conhecem nos limites da sua mente dogmática.

A prevenção, a comunicação, a verdade, o respeito e a investigação científica são e permanecem a nossa única salvação, como para tantos problemas da Humanidade. Enquanto o Homem não compreender isto, o inimigo soma e segue. Mais vidas serão ceifadas, mais problemas surgirão, maiores serão as hostilidades e lutas inglórias dos que se encontram na linha da frente sem descanso e sem previsão para tal. Mas, acima de tudo e não menos preocupante, vamos perdendo o que nos define... a nossa Humanidade.