Perseverança...
Num passado não tão longínquo as flores tinham um cheiro doce, o sol brilhava em todo o seu esplendor, cada dia era como se uma aventura fosse, cada desafio fazia sorrir e sacudir o torpor, nesse tempo abundava a alegria, nesse tempo abundava o calor…
Não sei bem quando é que me sentei a ver a vida passar, não sei bem o que me fez mudar, não sei quando a vida se tornou recordação, quando fechei este pobre coração. Quis acreditar no amor, sempre quis ter esperança, esta crença só levou à dor, desse amor resta somente a lembrança.
Permaneço inerte e desolada vendo a vida passar, permaneço só e desesperada apenas a recordar, vivo amargurada por algo belo que nunca foi, sinto a alma pesada por algo que não ama só destrói. A culpa cresce dentro de mim, único sentimento de um coração infecundo, espero pacientemente pelo fim, o fim deste buraco que não tem fundo.
E, no entanto, ainda assim sonho que o amor será meu, ainda consigo ter esperança, não importa o quanto me doeu, não morre a perseverança…